9.6C: Explicando a Pobreza – O Debate Sociológico

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Key Terms

  • estratificação social: A disposição hierárquica das classes sociais, ou castas, dentro de uma sociedade.
  • abordagem estrutural-funcionalista: Uma abordagem sociológica da pobreza que sustenta que todas as partes da sociedade (mesmo a pobreza) contribuem de uma forma ou de outra para a estabilidade do sistema maior.
  • abordagem teórico-conflitual: Uma teoria sociológica da pobreza que argumenta que a estratificação é disfuncional e prejudicial à sociedade, mas persiste porque beneficia os ricos e poderosos.

Duas abordagens sociológicas clássicas da pobreza e estratificação social são o funcionalismo estrutural e a teoria do conflito.

A abordagem estrutural-funcionalista da estratificação coloca a questão: qual a função ou propósito da estratificação? A resposta da teoria é que todas as partes da sociedade, mesmo a pobreza, contribuem de uma forma ou de outra para a estabilidade de um sistema maior. Segundo os estrutural-funcionalistas, a estratificação e a desigualdade são, na verdade, fenómenos construtivos que beneficiam a sociedade: asseguram que as melhores pessoas estão no topo da hierarquia e que as menos dignas estão na base. Aos que estão no topo é dado poder e recompensas devido às elevadas capacidades, e as elevadas recompensas existem para incentivar as pessoas qualificadas a fazer o trabalho mais importante em ocupações de alto estatuto. De acordo com esta lógica, a desigualdade assegura que os empregos mais importantes do ponto de vista funcional sejam preenchidos pelas pessoas mais qualificadas.

A abordagem da teoria do conflito oferece uma crítica ao funcionalismo estrutural. Em primeiro lugar, a crítica afirma que é difícil determinar a importância funcional de qualquer emprego, pois um sistema de interdependência torna cada posição necessária para o funcionamento da sociedade. Em segundo lugar, esta abordagem assume que o sistema de estratificação é justo e racional, e que as “melhores” pessoas acabam por ficar no topo devido à sua superioridade. Mas, de acordo com os teóricos do conflito, na realidade o sistema não funciona tão fácil ou perfeitamente e existem barreiras para pessoas qualificadas subirem na hierarquia.

Em contraste com os teóricos da estrutura-funcionalidade, os teóricos do conflito argumentam que a estratificação é disfuncional e prejudicial na sociedade. De acordo com esta teoria, a estratificação beneficia os ricos e poderosos à custa dos pobres – aqueles que ocupam posições de alto estatuto constroem continuamente a sua riqueza, apenas aprofundando ainda mais o fosso entre pessoas de alto estatuto e pessoas de baixo estatuto. Por exemplo, muitas famílias ricas pagam salários baixos a amas para cuidar de seus filhos, jardineiros para cuidar de seus quintais e empregadas para limpar suas casas. Os teóricos do conflito acreditam que este sistema competitivo, juntamente com as barreiras estruturais à mobilidade ascendente, acaba criando e perpetuando sistemas de estratificação. Os teóricos do conflito sustentam que a competição e a desigualdade não são inevitáveis, mas são criadas e mantidas pelas pessoas. Entretanto, os teóricos estruturais-funcionais refutam que as pessoas nem sempre agem apenas por interesse próprio económico.

Surgeons: O trabalho de um cirurgião é altamente considerado e bem compensado, mas requer anos de treino, longas horas de trabalho e stress elevado. Os funcionalistas estruturais argumentam que o alto status que vem com o trabalho funciona como incentivo para que pessoas altamente qualificadas o persigam.

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