by Salvatore J. Ciresi
A Igreja Católica sempre foi marcada por homens e mulheres de distinção. Santo Agostinho (d. 430) se destaca por sua grande conversão. Santa Teresa de Ávila (d. 1582) deixou o seu legado pela sua profunda espiritualidade. S. Robert Bellarmine (d. 1621) estabeleceu-se por causa de seu intelecto imponente. Santa Teresa Lisieux (d. 1897) é conhecida pela sua genuína piedade. Inúmeros outros, conhecidos apenas por Deus, podem ser agrupados com estes fiéis da Igreja. Um membro eminente, possuindo as características acima, foi S. Paulo Apóstolo. O Novo Testamento serve como documento fonte primária para um exame da sua vida.
S. Paulo (d. 67/8 d.C.) nasceu na cidade de Tarso na Cilícia (cf. Act 22,3), uma capital provincial sob influência helenística (grega). Tarso era um local notável; um lugar de cultura e aprendizagem. Como Tarso, o Apóstolo podia reclamar a cidadania de Tarso e de Roma. Esta dupla cidadania foi um instrumento útil, mais tarde empregado por São Paulo quando ele se defendeu diante das autoridades como um “desordeiro” cristão (cf. At 16,35-39).
Não é surpreendente que a educação do Apóstolo tenha favorecido tanto a aprendizagem como a piedade (cf. Act 26,4). Aos cinco anos de idade, Paulo teria começado a aprender hebraico e a estudar o Antigo Testamento. É provável que o futuro Apóstolo falasse o dialeto aramaico em sua casa. Também, por causa dos antecedentes helenísticos de Tarso, São Paulo pode ter aprendido a língua grega. A Sagrada Escritura afirma o uso das línguas hebraica e grega pelo Apóstolo (cf. Atos 21,37-40).
Vivendo uma vida rigorosa como fariseu (cf. At 26,5), São Paulo afirma que ele guardou “a Lei” com grande perfeição e entusiasmo (cf. Gl 1,14). Esta vida farisaica foi nutrida por seu mestre, o rabino Gamaliel, considerado o maior mestre de sua época. Este mestre pode ter sido o mesmo Gamaliel que esteve diante do Sinédrio e pediu tolerância em favor dos cristãos (cf. At 5,33-40).
A conversão de São Paulo ao cristianismo é um dos marcos mais decisivos da história. Atos 9:1-9 registra este monumental evento durante a viagem do Apóstolo a Damasco; uma história narrada em duas outras ocasiões (cf. Atos 22:3-10; 26:12-18). São Paulo ouviu a voz real do Senhor Jesus Cristo; um encontro com uma influência duradoura. As palavras do Salvador sobre Sua relação com a Igreja, registradas em At 9,4 (“por que Me perseguis?”), é um tema que São Paulo expõe no futuro: a doutrina do “Corpo Místico de Cristo” (cf. Rm 12,4-8; 1 Cor 12,4-30).
A influência de S. Paulo no cristianismo é imensurável. Seu trabalho incansável como missionário para difundir o Evangelho, e sua escrita de uma porção considerável do Novo Testamento, será examinada no futuro. Sem dúvida, os fiéis podem apreciar a grandeza deste inspirado Apóstolo, o vaso escolhido por Deus nos anos nascentes da Igreja Católica.
Ciresi serve no corpo docente da Notre Dame Graduate School of Christendom College.